Voltei para pegar um livro, aquele que, de tanto ser usado, às vezes brincava de esconder e ficou para trás. Eu o encontrei na mesa da sala, no assento da cadeira preferida. A mesma que havia perdido o seu posto para a poltrona do meu novo lar. A minha antiga colega de apartamento, minha melhor amiga, me pergunta como estou, se está estranho morar sozinha, como foi a primeira noite.
Sim. Está difícil não ter a minha confidente, ao chegar da faculdade, para atracar tantas alegrias e angústias. Uma noite apenas e já percebi que mudei.
Estou por minha conta, não há quem venha me chamar porque o despertador não tocou.
Hoje acordei assustada, preocupada com o horário. Então me lembrei, viver é mudar-se, tanto de casa como por dentro.
Ancorei em mim.
Magda Medeiros