O dia amanhece e com ele o desejo de que tudo corra bem. Ou melhor, não corra, quero que ande a passos lentos.
Fecho os olhos, respiro fundo, vou meditar. “O que faço para o almoço?” Nem tomei o café da manhã e a mente pula pra outra refeição… “Desliga, por favor, foco!” Volto pro silêncio. Quando acho que a respiração sintonizou, o interfone toca, entrega logo agora? Vou receber, difícil fazer cara bonita quando fui interrompida, a voz baixinha em mim diz: pra que meditar então?
Olho de relance o celular, não sei onde estava com a cabeça, começo a disparar mensagens antes de chegar na mesa da cozinha. Como surgiram tantas coisas para eu resolver? Não está nada bem este dia, e ele só começou. As tarefas se sobrepõem, o cabelo arrepia, o andar voa, levo um tombo na escada, esqueço da reunião, a tarde passa.
…
“Tudo bem se não foi tudo bem neste dia”. Escuto a melodia antes de dormir. Enfim. A gentileza comigo mesma me desaperta o peito.
Magda Medeiros